quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Efeitos do Aquecimento Global no Brasil.

Aquecimento no Brasil Estimado para o Ano de 2100
  

Brasil

No quarto relatório do IPCC, foi informado que o Brasil é um dos paises que se encontra em situação vulnerável em decorrência aos efeitos do clima. Já estão sendo registrados diversos impactos da variabilidade natural do clima, como secas, estiagens, cheias, inundações, vendavais e deslizamentos de encostas. Com o aquecimento global pode intensificar a ocorrência desses eventos.
Oliveira (2009, pág. 233) informa:
“Os ecossistemas naturais e agroecossistemas seriam os mais sensíveis a esses impactos, com possíveis mudanças nas coberturas vegetais atuais e perda da biodiversidade brasileira. Além disso, os efeitos dessas ocorrências certamente afetarão os recursos hídricos, a agricultura, podendo afetar a saúde da população e a economia local e regional.”


Cenário preocupante, sendo um dos principais desafios para o Brasil no século XXI, devido a conseqüências devastadoras que podem vir a acontecer. Vale ressaltar que no Brasil, a atividade que mais contribui para a emissão de gases do efeito estufa é o desmatamento.
Para Heitor Matallo, membro da Convenção das Nações Unidas para o Combate da Desertificação (UNCCD), um ciclo puxa o outro.
“Se no Brasil, o meio ambiente já é degradado por meio de desmatamentos e erosões, os reservatórios de água irão diminuir, aumentando as áreas desertas. Com o avanço da temperatura global, será quase impossível viver nessas áreas em curto prazo, porém não impossível, uma vez que o corpo humano se adapta conforme as necessidades. Com isso, o ecossistema desta região ficará totalmente desequilibrado, permitindo a extinção de várias espécies de animais”.

Oliveira (2009, pág. 234) informa que “as projeções de temperatura na América do Sul para o final do século 21, de acordo com o relatório do IPCC, indicam que haverá um aumento de 3,5ºC na média”. Dentre varias simulações, há modelos que apontam o aumento de 5ºC no Brasil.
O aquecimento global no Brasil está sujeito a diversos impactos climáticos, no qual a população e os ecossistemas naturais estão vulneráveis, como as áreas costeiras e ribeirinhas que poderão ser profundamente alterado com a elevação do nível do mar.
Com o degelo das calotas polares, o nível do mar irá subir. Em longo prazo o degelo fará os oceanos subirem até 4,9 metros, cobrindo vastas áreas litorâneas no Brasil, provocando escassez de comida, disseminação de doenças e mortes. A incidência de furacões, que é praticamente inexistente no Brasil, poderá ocorrer com maior freqüência.
Um dos principais obstáculos das projeções sobre a elevação do nível do mar é a falta de um mapa cartográfico da costa brasileira. “Não sabemos aonde o mar vai chegar, pois não temos dados precisos da topografia de nossas praias” afirma Neves. O pesquisador informa que a grande maioria de cidades e portos brasileiros, como o de Santos e o do Rio de Janeiro, não têm marcações no chão chamadas de marcos topográficos, para assinalar as elevações no solo. “Sem esses números é impossível pesquisar”, alega Freitas. (Revista Época, ed. 463, 2008)
Pesquisadores brasileiros do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), informam:
·        Nos próximos anos, as regiões Sul e Sudeste vão sofrer com chuvas e inundação cada vez mais freqüente.
·        A floresta Amazônica pode perder 30% da vegetação, por causa de um aumento na temperatura de vai de 3ºC a 5,3ºC até 2100.
·        No Nordeste, até o fim do século, a variação deve ficar entre 2ºC e 4ºC.
·        O nível do mar deve subir 5 metros nas próximas décadas e 42 milhões de pessoas podem ser afetadas.
·        O aumento na temperatura no Centro-Sul do país deve ser de 2ºC a 3ºC, aumentando a força das tempestades.

As Mudanças Climáticas por Região do Brasil

·                   Norte
De acordo com previsões feitas pelo Inpe, a Amazônia deverá sofrer o maior aquecimento do Brasil. Sua temperatura pode subir até 8ºC até o final do século. Logo a floresta densa e alta perde espaço para uma vegetação semelhante a do Cerrado, o que pode afetar o clima de todo o país.
O calor excessivo faz com que as folhas das árvores da floresta da borda caírem, aumentando o risco de queimadas. O calor provocado pelo fogo reduz a chance de chuva no núcleo da floresta, produzindo mais queimadas. Isso faz com que as árvores renasçam baixas, espaçadas e com pouca copa. A água dos rios diminui e os leitos ficam assoreados, o que afeta toda a biodiversidade. 
O desaparecimento completo da floresta está entre as previsões mais pessimistas. Isso pode acontecer se a temperatura média da região aumentar mais de 5ºC essa elevação pode chegar a 8ºC. “Seria um caminho sem retorno” afirma Carlos Nobre, climatologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A previsão mais aceita para a região é um aumento de temperatura de cerca de 3ºC até 2100. Nobre informa que nesta simulação, a floresta perderia mais da metade de sua cobertura original. “Pode acontecer uma união entre a grande savana da Venezuela e a parte central do Brasil”. Seria um campo com algumas árvores, mas dominado por arbustos e capim, bem menos imponente que a floresta atual. (Revista Época, ed. 463, 2008)

·                   Nordeste
Kirstin Dow e Thomas E. Downing (2007, pág. 94) afirma que:
 “A população desta região é a mais sensível às mudanças climáticas”. As projeções são de intensificação da seca nos próximos anos. O clima semi-árido pode se tornar árido. Com a desertificação e a salinização do solo, a agricultura local pode ser devastada, fazendo com que a população se refugie no Sul do país.”

            As mudanças no clima do Nordeste no futuro podem ter os seguintes impactos:
- A caatinga pode dar lugar a uma vegetação mais típica de zonas áridas, com predominância de cactáceas. O desmatamento da Amazônia também afetará a região.
- Um aumento de 3ºC ou mais na temperatura média deixaria ainda mais seco os locais que hoje têm maior déficit hídrico no semi-árido.
- A produção agrícola de subsistência de grandes áreas pode se tornar inviável, colocando a própria sobrevivência do homem em risco. 
- O alto potencial para evaporação do Nordeste, combinado com o aumento de temperatura, causaria diminuição da água de lagos, açudes e reservatórios.
- O semi-árido nordestino ficará vulnerável a chuvas torrenciais e concentradas em curto espaço de tempo, resultando em enchentes e graves impactos sócio-ambientais. Porém, e mais importante, espera-se uma maior freqüência de dias secos consecutivos e de ondas de calor decorrente do aumento na freqüência de veranicos.
- Com a degradação do solo, aumentará a migração para as cidades costeiras, agravando ainda mais os problemas urbanos.

·                   Sudeste
A região deve sofrer com chuvas, inundações, seca e temperatura, afetando a agricultura, geração de energia e diretamente a saúde, aparecendo doenças como leptospirose, dengue e diarréias.
O aumento no nível do oceano Atlântico ameaçará construções à beira-mar no Rio de Janeiro, o mesmo será uma das regiões mais vulneráveis ao aumento do nível do mar, precisarão de diques para proteger a orla.
Poderá ocorrer o aumento da temperatura: de 2 a 6 graus. Chuvas mais fortes e secas mais severas. Com isso, a área propícia ao cultivo de café em São Paulo se reduzirá de 39% do território do Estado para cerca de 1%. Fenômeno semelhante ocorrerá em Minas Gerais.

·                   Centro Oeste
O ponto mais vulnerável desta região é o Pantanal e Cerrado, com a redução da biodiversidade devido o aumento da temperatura de 2ºC a 6ºC. 
As chuvas se concentrarão em períodos curtos de tempo, entremeados de secas prolongadas. A erosão do solo prejudicará a agricultura e a biodiversidade, sofrendo grandes impactos. O cultivo de café se tornará inviável em Goiás.

·                   Sul
Aumento da temperatura de 1ºC a 4ºC. Os Estados serão mais suscetíveis à ocorrência de eventos extremos, como furacão. Temperaturas mais altas aquecem acima do normal a água do mar e aumentam a velocidade dos ventos. O movimento dos ventos condensa as partículas de água, formando ciclones que avançam o continente.
Os dias ficarão mais quentes e os invernos serão mais curtos. Aumento das chuvas: de 5% a 10%. Chuvas intensas, mas irregulares, provocarão colapso da agricultura e perda de produtividade na pecuária. No Rio Grande do Sul o plantio de trigo e soja se tornará inviável. No Paraná, se a temperatura subir mais de 3 graus, a área propícia ao cultivo de soja poderá ser reduzida em 78%.
A região poderá vir a receber levas de migrantes de outros Estados com o clima mais quente.

"Estejam preparados para as mudanças, adaptem-se às mudanças que virão. E preparem-se para enormes perdas humanas." James Lovelock

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