terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Efeitos do Aquecimento Global no Mundo.

De acordo com Kirstin Dow e Thomas E. Downing (2007, pág.53) A comunidade científica internacional tem certeza de que estamos presenciando os sérios impactos iniciais das mudanças climáticas. As tendências de aquecimento afetam recursos e ecossistemas em níveis sem precedentes.
Conseqüências das mudanças no clima estão por toda a parte e interligam-se mundialmente, não sendo apenas uma questão ambiental, tendo implicações no crescimento econômico, segurança alimentar e no social.
“Defrontamo-nos com toda uma série de problemas globais que estão danificando a biosfera e a vida humana de uma maneira alarmante, e que pode logo se tornar irreversível.” (Capra, 2005. pág. 14)



A Biodiversidade Ameaçada
Neste século, o aquecimento global deverá ser um dos maiores causadores de extinção de espécies, principalmente para aquelas que já diminuíram devido a outros fatores humanos.
Secas, elevação do nível do mar e até mesmo pequenas alterações na temperatura média podem destruir ecossistemas, baseados na interdependência de milhares de espécies.
Os efeitos do desmatamento também são devastadores. Espécies inteiras de insetos e animais desaparecem devido à destruição de seus habitats. O desmatamento pode causar também inundações catastróficas. Cientistas consideram que o desmatamento tem efeito significativo sobre o aquecimento global.


Kirstin Dow e Thomas E. Downing (2007, pág.54) afirmam que deverá haver uma migração sem precedentes de plantas e animais para que sobrevivam às mudanças climáticas. Savanas e desertos se espalharam rapidamente. Em regiões montanhosas, algumas espécies terão de subir centenas de metros para encontrar novos terrenos, mais as que já ocupam o cume das montanhas ou as regiões ao norte do Ártico dificilmente encontrarão temperaturas mais baixas.
Ressaltando que, para algumas espécies as rotas de fuga já estão bloqueadas pela expansão agrícola e urbana.
Uma pesquisa apresentada pela Red List, IUCN, reuniu informações de aves do mundo (9.856 espécies), anfíbios (6.222 espécies) e recifes de corais (799 espécies). Analisando a história de vida e características ecológicas destes grupos sugerem que até 35% das aves, 52% dos anfíbios e 71% de recifes de corais, tem características que tendem a torná-los particularmente suscetíveis à mudança climática.
Além de animais que acabam se multiplicando por causa desta problemática, como o Besouro da Casca, Al Gore (2006, pág. 160) apresenta este inseto como um dos responsáveis por transformar as florestas da América do Norte em gigantescas fontes de dióxido de carbono, o mais importante gás ligado ao aquecimento global, ao se multiplicar descontroladamente e matar árvores, alteraria a interação entre as matas do Canadá e o clima na Terra. Este animal antes era contido pelos invernos mais frios e mais longos.   

Água
A escassez da água é muito preocupante, em alguns lugares a mudança do clima tornará o problema ainda mais crítico. O aumento da temperatura fará com que a água da superfície evapore mais rápido.
Em algumas regiões choverá menos durante o ano e em outras menos previsíveis, com chuvas sazonais que não virão ou chegarão com tanta força que provocarão terríveis enchentes. Tendo em vista que desde 1960 a incidência de enchentes e vendavais aumentou muito, com ocorrências mais prolongadas e atingindo mais pessoas.
Afirma Kirstin Dow e Thomas E. Downing (2007, pág.56) que os padrões do tempo estão mudando rapidamente, muitos terão dificuldade de se adaptar. Algumas regiões precisarão importar comida e até água, isso já é dado como certo em Israel e no sudeste da Inglaterra.


Elevação do Nível dos Oceanos
Com o aumento da temperatura faz com que os oceanos se expandem e o degelo aumente o nível dos mares, ameaçando muitas cidades litorâneas, provocando conseqüências locais e mundiais. Projeções apresentam que até 2100 o nível do mar aumente cerca de 20 a 90 cm, mesmo que emissões dos gases de efeito estufa sejam drasticamente reduzidos nas próximas décadas, às águas continuaram subindo por séculos devido à imensa massa térmica dos oceanos, conseqüência de emissões já liberadas.
As ilhas Maldivas, no oceano Índico serão completamente inundadas, assim como alguns arquipélagos do Caribe e do Pacífico. Em todo o planeta inúmeras terras produtivas desaparecerão.
De acordo com Cazenave, as medições já feitas nestes últimos 16 anos mostram três regiões onde a subida do nível do mar já é realidade. “As áreas mais afetadas são o oeste do oceano Pacífico, o litoral da Austrália e também a Groelândia”.
Aumentando o nível do mar, o movimento da costa cedendo ou elevando-se, também afeta a altura do mar em relação à terra. “A água salgada invade assim os rios e penetra nos aqüíferos de água doce contaminando as reservas em todo o mundo e ameaça a sobrevivência de muitas comunidades”. Como afirma Kirstin Dow e Thomas E. Downing (2007, pág.62).


Furacões
Com o aquecimento global aumentará a duração e a intensidade de furacões, tufões e ciclones, pois o aumento da temperatura faz com que os oceanos fiquem mais quentes, ocorrendo maior evaporação das águas, potencializando assim catástrofes climáticas.
Al Gore (2006, pág. 75) Informa que uma das provas mais recentes que alguns cientistas estão afirmando é que o “aquecimento global está aumentando a freqüência dos furacões, um fato mais forte do que a variabilidade que sempre se considerou parte dos ciclos naturais das correntes oceânicas profundas”.
Nos últimos 30 anos, a média era de 10 a 11 furacões, porém desde 1995, esta média subiu de 12 para 14. Tendo várias explicações para este fato. A ausência do El Niño sobre o Pacífico conduz um aumento dos ciclones do Atlântico, devido à elevação da temperatura oceânica no mar do Caribe, onde os ciclones surgem aproveitando o aumento da temperatura. Além disso, a umidade quente é o principal fator responsável pelo aparecimento dos furacões.

Alimentação

“As mudanças do clima são uma ameaça à segurança alimentar, embora as colheitas em regiões temperadas possam ser maiores” Kirstin Dow e Thomas E. Downing (2007, pág.59).
A seca e o aumento constante das temperaturas ameaçam a agricultura. Nas regiões tropical e subtropical, a redução das chuvas, o maior risco de seca ou de chuvas fortes e de erosão do solo castigarão a agricultura, ameaçando à capacidade de desenvolvimento na produção.
O presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, no ano de 2007, destacou que o aquecimento global reduzirá as plantações nas regiões tropicais, onde milhões de pessoas vivem da agricultura, o que provocará um aumento dos preços do setor. Com isso, a população em situação de vulnerabilidade social será a que mais sofrerá em conseqüência do aumento dos preços dos produtos.
  
Saúde

Al Gore (2006, pág. 177) Afirma que:
“A relação entre a espécie humana e o mundo microbiano dos germes e dos vírus é menos ameaçadora quando há invernos mais frios, noites mais frias, maior estabilidade nos padrões climáticos. O perigo dos micróbios também diminui quando a rica biodiversidade de áreas como as florestas tropicais, onde se localiza a maior porcentagem de espécies do planeta, está a salvo da destruição e da invasão dos seres humanos.”

O aquecimento global aumenta a vulnerabilidade humana a doenças novas e desconhecidas, assim como a novas variedades de doenças antes sob controle.
É importante ressaltar que lugares onde as pessoas estão mais expostas a doenças associadas à pobreza e à desnutrição qualquer mudança climática afetará a saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) atribui à modificação do clima 2,4% dos casos de diarréia e 2% dos de malária em todo o mundo. A OMS calcula que para o ano de 2030 as alterações climáticas poderão causar 300 mil mortes por ano.
Com o aquecimento global só aumentam a possibilidade de ocorrências de doenças e desnutrição em todo o mundo, como nunca visto antes.
As enchentes espalharão doenças transmitidas pela água, como cólera, tifo e disenteria, e por mosquitos como malaria, dengue e febre amarela.

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